
A obesidade vem crescendo acentuadamente ao redor do mundo nos últimos anos e os potenciais riscos de sua prevalência e progressão envolvem as dislipidemias, hipertensão, doenças coronarianas e diabetes, entre outras.
Atualmente, estão disponíveis diversos produtos para o controle do peso e diminuição da glicemia, incluindo preparações farmacológicas e suplementos dietéticos, que objetivam restringir a absorção de energia, sendo a maioria constituída de extratos vegetais.
O feijão branco (Phaseolus vulgaris) pertencente à família Fabaceae é amplamente consumido pela população brasileira como alimento e constitui a base alimentar da maioria dos brasileiros. O mesmo é considerado uma importante fonte de proteína, apresenta elevado teor de lisina, carboidratos complexos, além da presença de vitaminas do complexo B e de ferro.
Além de ser uma fonte de nutrientes essenciais, o feijão branco possui constituintes químicos que são considerados componentes com ação funcional, como os flavonóides, incluindo flavonóis, glicosilados ou não, antocianidinas, proantocianidinas e isoflavonas, bem como ácidos fenólicos.
A utilização diária do feijão branco como farinha tornou-se comum, devido à presença do inibidor da enzima digestiva alfa-amilase, conhecida como faseolamina. A faseolamina é capaz de diminuir o conteúdo calórico fornecido pela ingestão de carboidratos por inibir a absorção de carboidratos. O feijão branco também possui fibras alimentares que apresentam efeito hipoglicêmico e hipocolesterolêmico já demonstrados.
As enzimas amilase e glicosidase são responsáveis pelo processamento de carboidratos provenientes da dieta, atuando na quebra do amido e na absorção de monossacarídeos pelos enterócitos. Dessa forma, inibidores dessas enzimas, presentes em plantas oferecem uma estratégia promissora para o controle da hiperglicemia associada ao diabetes tipo 2, obesidade e hipertensão por meio da redução da quebra do amido e da absorção da glicose no intestino.
Adicionalmente, a lipase envolvida no metabolismo de lipídeos apresenta-se também como interessante alvo de inibidores, uma vez que sua inibição promove redução na absorção de triacilgliceróis da dieta, ocasionando diminuição do aproveitamento calórico e perda de peso.
Por fim, estudos realizados com diversas variedades de feijão demonstraram o seu potencial como alimento funcional.
Fonte: CháMais