Desidratação em idosos, sintomas, como identificar

A desidratação em idosos pode se manifestar de forma sutil, com sintomas como sonolência excessiva, confusão mental, pele seca e boca ressecada. Estar atento a esses sinais é fundamental para garantir o bem-estar e a saúde dos mais velhos.

Você sabia que à medida que envelhecemos, o nosso corpo perde a capacidade de sentir sede? Isso significa que a desidratação em idosos pode passar despercebida por familiares e cuidadores, até que sintomas graves aparecem. Além de comuns, esses sintomas podem ser sutis, como sonolência excessiva, confusão mental ou até mesmo a pele mais seca do que o habitual.

Como diferenciar então um “esquecimento comum” da confusão causada pela falta de líquidos? E mais: quais são os primeiros sinais que indicam que o corpo de um idoso pode estar sofrendo com a falta de hidratação?

Neste artigo, vamos te mostrar como identificar esses sintomas no dia a dia e agir antes que a situação se torne crítica — sempre com base em fontes científicas e orientações confiáveis.

O que é desidratação?

Desidratação é a insuficiência de água no corpo para manter suas funções vitais. Isso ocorre quando o organismo perde mais água do que ingere, seja por meio da transpiração, respiração, urina ou fezes. Como a água é essencial para diversas funções vitais, como, por exemplo, para a regulação da temperatura corporal, o transporte de nutrientes e a eliminação de resíduos, quando há uma quantidade insuficiente dela, esses processos podem ser comprometidos.

Com a desidratação, então, surgem sintomas como sede intensa, boca seca, tontura e, em casos mais graves, confusão mental e queda da pressão arterial. Se não for tratada adequadamente, a desidratação pode levar a complicações graves, especialmente em idosos, que são mais vulneráveis a essa condição. Por isso é importante reconhecer os sinais de desidratação o mais breve possível e agir prontamente para evitar complicações.

Por que a desidratação é tão comum para idosos?

Com o passar dos anos, o corpo passa por mudanças que impactam diretamente a percepção da sede. Isso ocorre porque o cérebro, responsável por enviar sinais de que é hora de beber água, pode não funcionar com a mesma eficiência, fazendo com que os idosos não sintam sede mesmo quando o corpo precisa de líquidos.

Além disso, o organismo dos idosos tende a reter menos água, e os rins podem não filtrar os líquidos com a mesma eficácia, exigindo uma ingestão maior de água para manter o equilíbrio. Muitos também fazem uso de medicamentos diuréticos ou possuem condições de saúde, como diabetes ou Alzheimer, que aumentam o risco de desidratação.

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O geriatra Eduardo Cruz, do Ambulatório Médico de Especialidades (AME) Idoso Sudeste, em São Paulo, destaca: “Outros agravantes são medicações e doenças que dificultam a retenção de urina ou a locomoção do idoso até um banheiro, fazendo com que bebam menos água, para urinar menos”.

Pesquisas sobre desidratação em idosos

Um estudo publicado na revista Age and Ageing investigou a prevalência de desidratação em adultos com 65 anos ou mais admitidos em hospitais por emergência médica. Os resultados indicaram que a desidratação é comum nessa população e está associada a consequências desfavoráveis, como aumento da mortalidade e complicações durante a internação

Além disso, dados do Sistema Único de Saúde (SUS) de São Paulo revelam que, a cada 10 internações por desidratação, quatro são de idosos. Isso destaca a vulnerabilidade dessa faixa etária e a necessidade de estratégias eficazes para prevenir a desidratação.

Fonte: Freepik

Principais sinais de desidratação em idosos

Identificar os sinais de desidratação em idosos é fundamental para evitar agravamentos. A seguir, veja os mais comuns:

1. Confusão mental ou delírio súbito

Pode ser confundido com quadros demenciais, mas a desidratação aguda é uma das causas reversíveis de alteração de consciência. A IAMSPE ainda destaca que a confusão mental é um dos primeiros sinais graves em idosos que consomem pouca água.

2. Sonolência e fadiga

Cansaço fora do comum, falta de energia e tendência ao sono excessivo podem estar ligados a questões como a queda na pressão arterial ou o metabolismo mais lento devido à falta de líquidos.

3. Pele seca, fria e com menor elasticidade

Teste simples: puxe levemente a pele da mão do idoso. Se demorar a voltar ao normal, pode ser sinal de desidratação. Além disso, o ressecamento da pele é um sinal importante a ser observado.

4. Urina escura ou em pouca quantidade

A urina saudável tem coloração amarelo-clara. Em casos de desidratação, a cor escurece e a frequência urinária pode diminuir consideravelmente.

5. Tonturas, boca seca e lábios rachados

Sensações de tontura ao se levantar, fala embolada e mucosas ressecadas devem ser monitoradas com atenção.

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O que pode acontecer se a desidratação em idosos não for tratada?

Se não tratada rapidamente, a desidratação pode levar a complicações sérias, como infecções urinárias, insuficiência renal aguda, quedas (por tontura ou hipotensão), delírios e até mesmo coma. Em idosos com demência, pode agravar quadros comportamentais.

Segundo o portal Drauzio Varella, muitos idosos evitam beber água por medo da incontinência urinária ou por esquecerem, o que torna o cuidado diário ainda mais necessário.

Fonte: Freepik

Como prevenir a desidratação em idosos?

Além de observar os sintomas, adotar rotinas de hidratação pode fazer toda a diferença:

  • Ofereça líquidos ao longo do dia, mesmo que o idoso não manifeste sede.
  • Adicione à rotina águas aromatizadas, chás sem cafeína e alimentos com alto teor hídrico (como melancia, laranja, abobrinha).
  • Estabeleça horários para ingestão de líquidos, como 40 minutos a 1 hora antes ou após cada refeição e ao acordar.
  • Use copos ou garrafinhas atrativas e acessíveis, facilitando o hábito.
  • Monitore a coloração da urina e esteja atento a mudanças de comportamento ou sono.

Quando buscar ajuda médica?

É essencial que os idosos realizem acompanhamento médico regular para monitorar sua saúde e identificar qualquer alteração fora do habitual. No entanto, diante de sinais como confusão mental, febre sem causa aparente, fraqueza intensa ou diminuição significativa na quantidade de urina, é fundamental procurar atendimento médico imediato. O diagnóstico precoce pode prevenir a progressão para quadros clínicos mais graves e garantir um tratamento eficaz.

Conclusão

Cuidar da hidratação dos idosos é mais do que uma recomendação médica; é um gesto de carinho e atenção que pode prevenir complicações sérias. Como vimos, sinais sutis como sonolência, confusão mental ou pele ressecada podem ser indicativos de desidratação, uma condição que, se não tratada, pode levar a consequências graves, incluindo hospitalizações e agravamento de doenças crônicas.

A boa notícia é que a prevenção é simples: oferecer líquidos regularmente, mesmo na ausência de sede, incluir alimentos ricos em água na dieta e estar atento às mudanças comportamentais são medidas eficazes. Além disso, o acompanhamento médico periódico é fundamental para monitorar a saúde e ajustar as necessidades individuais de hidratação.

Lembre-se: manter os idosos bem hidratados é uma forma de demonstrar cuidado e garantir que desfrutem de qualidade de vida e bem-estar, dignos desta idade.

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