Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, na última década o aumento de obesidade e diabetes foi de 60% e 61%, respectivamente.

Criado na década de 1940, o Dia Mundial da Alimentação é comemorado nesta segunda-feira com a finalidade de alertar a população sobre a necessidade de uma nutrição consciente e hábitos alimentares saudáveis. 

O tema tem ganhado bastante espaço com a publicação de dados alarmantes, que indicam o aumento da obesidade, colesterol e hipertensão. 

Com isso, é conveniente perceber se as pessoas estão indo na direção correta em busca de uma alimentação mais equilibrada ou fazendo o caminho contrário.

Cada vez mais comuns no dia a dia de muitos, as dietas restritivas, por exemplo, levantam o seguinte questionamento: fazemos do alimento um aliado ou um inimigo? 

“A ciência da nutrição já passou por diversas fases. Ovos, pães, manteiga, leite e muitos outros alimentos já foram vistos como vilões da nossa dieta. A comida virou tema científico, com quantidade, jeito certo de preparar e de consumir”, comenta a nutricionista Marcia Daskal.

Buscar uma dieta saudável tem a ver com a relação que se tem com o alimento em si. Com tantas recomendações sobre o que deve ser ingerido, além das proibições, a informação que chega ao consumidor dificulta sua educação e autonomia no momento de definir o que pode ser incluído na rotina, e como isso deve ser feito – e isso vale principalmente para aqueles alimentos que proporcionam a sensação de prazer.

“Sentir-se feliz com a comida e com o próprio corpo não é uma realidade tão distante de nós a ponto de não podermos mudar o rumo da nossa alimentação. 

Quando foi que deixamos de levar marmita da festinha, com bolo e brigadeiro, para levar marmita para a festa? Comer não tem que ser chato e nem científico”, afirma a nutricionista.

“Antigamente, os cientistas não entendiam como os franceses não tinham colesterol alto e problemas do coração, mesmo comendo gordura e açúcar, o que ficou conhecido como ‘O Paradoxo Francês’ e dominou a mídia nos anos 1990. 

Porém, depois de certo tempo, ficou comprovado que a justificativa é o estilo de vida que levavam (e ainda levam) – eles caminham, cozinham, comem com calma e em porções pequenas – o que faz com que comer açúcar e gordura e tomar vinho não tenha um impacto negativo na saúde”, ressalta a especialista.

A melhora da qualidade de vida, portanto, não está somente atrelada aos hábitos alimentares. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) publicados em 2016, a equação não é tão simples assim. 

Os resultados da pesquisa realizada indicam que a população brasileira passou, ao longo dos últimos anos, a ter hábitos de vida mais saudáveis, aumentando o consumo regular de frutas e hortaliças e reduzindo o de refrigerantes e sucos artificiais. Porém, os índices de obesidade, hipertensão e diabetes continuam altos.

Segundo dados do Vigitel Brasil 2016, o brasileiro está passando por um momento de transição, saindo da desnutrição e caminhando para a obesidade. Só nos últimos 10 anos, o aumento no índice de obesidade foi de 60%. 

Doenças cardiovasculares, respiratórias crônicas, diabetes e câncer respondem por 74% dos óbitos no Brasil e são as principais causas de mortes no país.

Para o preparador físico Marcio Atalla, “ainda que exista a redução no consumo da gordura, sal, açúcares e mais frutas, fibras ou alimentos in natura, nada vale se não nos atentarmos para a relação entre a quantidade de calorias consumidas e gastas. 

Dessa forma, a atividade física é um fator determinante para a saúde da população”, comenta. Além disso, 78% das pessoas são consideradas sedentárias por não atingirem o mínimo de atividade física proposta pela OMS.

Marcio acredita que “atividades físicas regulares, que estejam adequadas ao estilo de vida de cada um e que se sustentem por mais tempo, são recomendações que devem ser seguidas por todos. 

Com isso, pode-se adquirir o equilíbrio, comendo de tudo um pouco”. Extremismos em dietas e atividades físicas tendem a não ser sustentáveis por muito tempo, o que dificulta o controle da própria saúde.

Com isso, é evidente a necessidade de implementação de políticas públicas que mostrem o caminho a ser seguido e auxiliem nessa trajetória. 

“Assim como a mãe que apenas proíbe o filho de comer doce, mas a criança continua pedindo aquele brigadeiro, de nada adianta a imposição se não há educação”, completa Atalla.

Para comer, não é preciso receita, apenas bom senso, porque saudável é comer de tudo. “Isso faz com que a pessoa se alimente de forma mais tranquila. 

A proibição gera desejo e compulsão. Mais saciadas, as pessoas passam a comer menos e somente quando têm vontade”, finaliza.

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Fonte: Saúde Plena

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