Você já deve ter ouvido falar em compulsão alimentar, não é mesmo? Para quem se alimenta de forma exagerada com frequência, é comum se apoiar em algumas tradicionais desculpas, como:
“É fim de ano, eu mereço.” “É só neste feriadão” ou ainda “vou me esbaldar no fim de semana, mas na segunda-feira começo o regime.”
No entanto, é importante ficar atento.
Isso porque comer demais, esporadicamente, não é considerado um problema. Porém, quando vira um hábito, pode sair de um controle saudável, causando dependência de excesso de comida.
É o chamado Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica (TCAP), nome técnico da compulsão alimentar, um tipo de transtorno mental caracterizado pelo consumo exagerado de alimentos.
Sinais da compulsão alimentar:
Uma pessoa que tem compulsão alimentar, geralmente apresenta alguns destes sinais:
- Come rápido demais;
- Alimenta-se mesmo não estando com fome;
- Continua comendo mesmo quando está saciada;
- Come alimentos considerados ?estranhos?, como arroz cru;
- Come escondido de outras pessoas;
- Pode ter problemas afetivos e propensão a outros vícios;
- Fica triste e se sentindo culpada por comer demais;
- Sente-se infeliz com a própria imagem.
A perda do controle do que e de quanto se está comendo gera diversos problemas de saúde, entre eles a obesidade. Mesmo que o TCAP não esteja presente apenas em pessoas com sobrepeso e obesidade, é bastante comum nesses grupos e, inclusive, costuma ter relação com candidatos à cirurgia bariátrica.
Uma revisão de 21 estudos sobre o tema, feita por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), levantou a prevalência da compulsão alimentar nas populações bariátricas entre 2% a 53%.
Isso sem falar nos transtornos mentais como depressão, abuso de substâncias químicas, transtornos de personalidade e dificuldade com a autoestima.
Além da obesidade e dos distúrbios mentais, a ingestão de grande quantidade de alimentos em um curto espaço de tempo, especialmente de alimentos calóricos, pode levar ou agravar outros males, como cálculo renal, hipertensão, diabetes tipo 2, apneia do sono, diminuição da capacidade respiratória e gastrite.
Também pode gerar infertilidade e levar a outros distúrbios alimentares ainda mais graves como bulimia e anorexia.
Possíveis causas
A compulsão alimentar pode ser desencadeada por crises de ansiedade, problemas hormonais, dietas muito restritivas ou após eventos traumáticos, como a perda de ente querido.
O diagnóstico de TCAP é feito de forma clínica após uma avaliação médica. O tratamento indicado varia de acordo com cada caso e pode aliar alguns recursos como a psicoterapia, indicação de grupos de autoajuda ou de programas de redução de peso e, em casos muito específicos, uso de medicamentos, sempre sob prescrição e supervisão médica.
Além disso, vale lembrar que há meios simples de reeducar e desenvolver uma forma saudável de se alimentar, orientados por profissionais, como médicos, psicólogos, nutricionistas, entre outros, e que são fundamentais tanto para o tratamento como para a prevenção do TCAP.
Algumas das dicas são:
- Faça as refeições em horários fixos, três vezes ao dia, com intervalo mínimo de 5 horas entre cada uma;
- Coma com calma, mastigando mais vezes e lentamente;
- Procure relaxar antes de iniciar a refeição;
- Priorize pelos legumes, frutas e verduras, assados e cozidos no lugar de frituras, naturais e integrais ao invés de processados, e monte pratos bem coloridos:
- Mantenha um sono saudável. Não dormir bem pode provocar diversas alterações hormonais;
- Pratique exercícios físicos com regularidade. As atividades físicas são indispensáveis para o bom funcionamento do organismo, ajudam a controlar a compulsão alimentar e ainda melhoram o bem-estar;
- Beba bastante água;
- Capriche nas fibras alimentares. Além da importância nutricional, as fibras proporcionam maior sensação de saciedade.
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Fontes: CEVISA