Nos últimos dias, o Brasil registrou mais de 5.132 focos de queimadas em apenas 24 horas, concentrando 75,9% das áreas afetadas na América do Sul. A fumaça se manteve por mais de 60% do território nacional fazendo com que o ar ficasse difícil de respirar em todo o país.

Esse impacto é realmente nocivo para nós?

A fumaça liberada pelos incêndios florestais contém uma mistura tóxica de produtos químicos que podem causar sérios problemas de saúde, composta por monóxido de carbono, metais pesados, hidrocarbonetos e fuligem, que permanecem suspensos no ar e são facilmente inalados.

A exposição prolongada pode resultar em doenças respiratórias agudas e crônicas, além de aumentar o risco de câncer de pulmão e outros tipos de doenças relacionadas, segundo o epidemiologista Ubirani Otero, do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o cenário é preocupante. O especialista alerta que, se não houver uma redução significativa da exposição à fumaça, o Brasil poderá enfrentar um aumento expressivo nos casos de câncer nas próximas décadas. 

Isso ocorre porque o período de latência do câncer, ou seja, o tempo entre a exposição aos agentes cancerígenos e o aparecimento da doença, pode ser de 20 a 30 anos.

Medidas de prevenção:

Enquanto o combate às queimadas segue como um desafio, especialistas recomendam medidas preventivas:

  • Uso de máscaras;
  • Redução de atividades ao ar livre;
  • Suspensão de aulas e atividades; 
  • Hidratação e limpeza das vias respiratórias;
  • Tome muita água;
  • Mantenha portas e janelas fechadas;
  • Umidifique o ambiente com toalhas molhadas;

Em qual cidade você mora? Você tem percebido essa situação por aí?

Queimadas e o aumento do câncer:

Embora os efeitos agudos da fumaça sejam evidentes — como crises de asma e secura nos olhos —, o impacto a longo prazo é ainda mais preocupante. O cancêr de liberação é o tipo mais diretamente associado à poluição do ar, e estudos mostram que a exposição prolongada a partículas finas, como as encontradas na fumaça de queimadas, aumenta significativamente o risco dessa e de outras doenças malignas.

O professor Marcos Freitas, da UFRJ, destaca que as queimadas na Amazônia são particularmente perigosas devido à alta concentração de biomassa, ou que liberam grandes quantidades de dióxido de carbono e outras substâncias poluentes. Essa poluição não afeta apenas a saúde humana, mas também contribui para o agravamento das mudanças climáticas.

É essencial que cada pessoa, especialmente as que vivem em áreas afetadas, tome as medidas preventivas para minimizar a exposição à fumaça. A fumaça das queimadas é um risco silencioso, mas com as medidas adequadas, podemos proteger nossa saúde e evitar

As queimadas no Brasil representam uma grave ameaça à saúde pública. 

Queimadas na Região Sul do Brasil:

Apesar de pouco na região Sul, apenas 2 focos de queimadas foram registrados até agora (18/09). Na primeira quinzena de setembro, a região contabilizou 948 focos de queimadas. Os números representam aumento de 1.623%, em relação a 2023, quando 55 focos foram registrados.

Como controlar as queimadas do Brasil? 

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Ministério do Meio Ambiente são as instituições responsáveis pelo monitoramento e controle de queimadas no país. Cabe principalmente ao Ministério a elaboração de planos de ação para o combate aos focos de incêndio e o financiamento de equipamentos e aviões para o controle.

Como forma de prevenir, o Inpe conta com satélites que analisam grandes áreas, notificando em tempo real quando alguma região está com temperaturas muito elevadas.

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