A prevenção ainda é a melhor saída para combater o câncer, uma doença que atinge 20 milhões de pessoas anualmente no mundo.
A doença atinge, por ano, cerca de 20 milhões de pessoas no mundo, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Só no Brasil, são aproximadamente 600 mil novos casos anuais.
Recentemente, um estudo americano publicado na revista Science revelou que 66% dos casos são consequências de mutações genéticas, 29% são decorrentes de fatores ambientais e, ainda, 5% têm causa hereditária.
O trabalho levantou grande polêmica e os meios de comunicação foram responsabilizados por terem explicado mal os resultados do estudo.
Mais ainda, o trabalho poderia enviar ao público uma mensagem equivocada: tem sentido deixar de fumar ou levar uma vida saudável se, no fim das contas, tudo depende da sorte?
Até a ONU se manifestou, desmentindo as conclusões do trabalho e questionando seus métodos.
Os resultados do estudo são consequência da análise estatística do número de divisões celulares em 31 tecidos durante uma vida média calculada com base em dados demográficos dos EUA.
Em todo caso, isso não quer dizer que dois terços de todos os casos de câncer se devam à má sorte.
Para Leonardo Pimentel, radio-oncologista da Radiocare, apesar de em um primeiro momento essas estatísticas passarem a impressão de que a doença é fruto do acaso, não é bem assim.
“Não é como se não houvesse nada a fazer além de esperar. Ao contrário, precisamos fazer nossa parte, cerca de um terço dos casos podem ser evitados pela prevenção”, frisa.
Além disso, segundo dados da Cancer Research UK – órgão britânico que pesquisa o câncer, 42% dos diagnósticos identificados precocemente chegam à cura.
Pode parecer contraditório, mas, na prática, ocorrem causas multifatoriais para o surgimento de tumores.
“Grande parte dos quadros diagnosticados são resultado de mutações genéticas, porém, elas também podem ser desencadeadas por fatores ambientais. Isso porque para que exista um tumor são necessárias duas ou mais alterações”, explica Pimentel.
Por isso, o médico recomenda a todos um estilo de vida saudável que, segundo ele, é primordial para a prevenção.
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