Tempere sua comida… com som!

Estudos mostram que o som interfere diretamente no paladar. Que tal tornar seu chocolate mais doce com o auxílio de uma música tocada ao piano? 

Ou utilizar sons graves para enfatizar o corpo e as notas mais amargas de um vinho? 

A influência do som sobre nosso paladar é o ingrediente mais recente no estudo dessa experiência complexa e multissensorial que é a percepção de sabores.

Já estamos familiarizados com a ideia de que visão, tato e olfato exercem papéis importantes nesse sentido. 

Quando estamos com o nariz entupido, por exemplo, temos a impressão de que a comida “perde” o gosto, justamente por que o cheiro é peça-chave do sabor. 

Também é fácil entender o papel da visão: estamos mais inclinados a apreciar um prato visualmente atraente do que uma comida cuja cor ou formato gera repulsa.

Estudos mostram que até a cor do recipiente afeta como recebemos um alimento ou bebida. 

O tato também é praticamente indissociável da experiência gustativa – boa parte do prazer que sentimos ao experimentar uma comida pode vir de sua cremosidade e temperatura.

Mas e quanto à audição? O papel dela nessa receita começou a ser estudado mais recentemente, e um dos nomes à frente dessa nova área de estudos é Charles Spence, fundador do Oxford University’s Crossmodal Research Laboratory e professor de psicologia experimental na mesma universidade.

Na mais recente edição do Wired Festival, realizado no início de dezembro, no Rio, ele apresentou à plateia suas investigações em torno da gastrofísica – termo que remete à junção de gastronomia e psicofísica, com o intuito de desvendar todos os fatores envolvidos na percepção de um sabor.

Em um dos estudos conduzidos por Spence, 20 pessoas foram convidadas a provar e tecer comentários sobre um bolinho (conhecido como “cinder toffee” no Reino Unido) ao som de diferentes músicas. 

A análise das respostas mostrou que a música escolhida para acentuar a doçura do bolinho de fato teve esse impacto, enquanto a outra, com sons associados a amargor, fez com que os participantes avaliassem o bolinho como amargo.

Em outra pesquisa, Spencer mostrou que o ruído durante uma viagem de avião faz com que nossa capacidade de sentir sabores seja significativamente reduzida, de modo geral. 

Porém, o barulho ao longo do voo não afeta a habilidade de perceber o umami (considerado o quinto gosto básico do paladar humano, ao lado do doce, do azedo, do salgado e do amargo). 

O umami tem o poder de intensificar o sabor de uma comida, e está presente, por exemplo, em cogumelos, tomates e chá verde.

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Fonte: Época

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