Desconectar para reconectar

Viver constantemente conectado pode intoxicar você e viciar o seu cérebro nessas recompensas rápidas e fáceis que a internet proporciona. É importante considerar esses padrões e buscar maneiras de se desconectar para se reconectar com o mundo ao seu redor e com as pessoas que são importantes para você.

Com o que estamos conectados exatamente ?

Muitas vezes na vida estamos tão conectados nas redes sociais que não percebemos o que está ao nosso redor, famílias que ficam ligadas em seus celulares ou computadores cada um no seu quarto no seu canto, talvez chegando ao cúmulo de anunciar o jantar pelo aplicativo.

Até porque, atualmente, a maioria dos trabalhadores adultos precisam se conectar para realizarem suas tarefas de trabalho. O que acontece é que a maioria deles permanece conectado até mesmo nos momentos de lazer, é aqui que o sinal de alerta deve ser ligado.

A tecnologia é extremamente benéfica e nos ajuda, por exemplo, a pagar uma conta sem termos de ir ao banco. Isso poupa nosso tempo livre e deixa mais espaço para fazermos aquilo que realmente importa, certo?

Infelizmente, nem sempre é assim e, muitas vezes, perdemos horas valiosas consumindo conteúdos que nem sempre agregam ou trazem uma satisfação verdadeira.

Provavelmente, você já deve ter ouvido de alguém ou lido algo como “a tecnologia aproxima quem está longe e afasta quem está perto”, mas e quando essa tecnologia acaba contribuindo para descuidarmos de nossa saúde mental e nossa conexão mais profunda com o nosso interior?

Quando foi a última vez em que você parou para se cuidar ou prestar atenção em você mesmo? 

Em que você parou para ouvir seus pensamentos, avaliar sua satisfação em relação a seus atos e suas atividades, colocar em prática suas vontades e aspirações mais profundas?

Quando foi a última vez em que você ficou em silêncio, sozinho e relaxou? 

Sem pensar no que tem que fazer logo após ou no dia seguinte, sem se preocupar com o próximo horário a cumprir, nas contas mensais ou o prazo do próximo relatório do trabalho? 

Quando foi a última vez em que você limpou suas gavetas e caixas e se permitiu surpreender com as enormes lembranças de pessoas queridas e momentos insubstituíveis contidas nelas, em forma de objetos ou de fotos, e o melhor, se você parou para comparar o que mudaram daquela época para hoje?

Para melhor ou para pior, sim. A auto-avaliação, de tempos em tempos, é absolutamente benéfica e necessária para acertarmos o que achamos que não está em conformidade e caminharmos em direção ao que almejamos.

Sabemos que nossas realidades, muitas vezes, não nos permitem fazer tudo o que queremos a todo o tempo. Nem todos nós temos o emprego que sonhamos ou exercemos a profissão que almejamos.

Temos responsabilidades, obrigações e deveres que podem não ser condizentes com as nossas expectativas. Não temos que nos acomodar com o que não nos agrada, pelo contrário, devemos procurar evoluir e mudar o que nos convém, porém, para encontrar alternativas e soluções para essas questões, é fundamental que estejamos em dia com a nossa saúde mental.

Modo turbo: por que vivemos assim?

Se a tecnologia nos ajuda a otimizar o tempo, existe a possibilidade de executar a tarefa em um menor período de tempo, para que se possa descansar logo, certo? 

Errado! Geralmente, essa ilusão gera o resultado de assumirmos mais compromissos e lotar o espaço da agenda que seria dedicada a nós mesmos ou aos nossos relacionamentos pessoais.

Não é à toa que a pressão para ser mais produtiva e rápida é causa comum de diversos problemas que afetam a saúde física e emocional das pessoas! Além de prejudicar a criatividade e o estabelecimento de relações duradouras, a aceleração do tempo também custa anos de vida ao exigir demais do nosso organismo e deixá-lo mais frágil a ataques de ansiedade e doenças no coração.

Porque nos sentimos insuficientes?

Costumamos passar por alguns deslizes na vida ao buscar uma plenitude no poder, no reconhecimento e prestígio social, que, claro, são importantes em certa medida, mas sua efemeridade instiga uma procura constante nesse sentido. 

O correto seria que ao invés de seguirmos os milhões de estímulos que nos são projetados, nos dizendo o tempo todo que não somos e não temos o suficiente, busquemos encontrar a nossa potência e fazer dela um motor para o mergulho no autoconhecimento e bem estar pessoal. 

Por isso, buscar um ponto de alinhamento entre o corpo físico, mental, energético e espiritual é uma tarefa complexa, mas sem dúvidas enriquecedora para uma vida em desaceleração. Adotar o movimento slow é questionar a si mesmo sobre as coisas à sua volta, se o seu guarda-roupa não está cheio com coisas que não te servem mais ou se a sua lista de compromissos não está extrapolando o próprio limite humano.

Abandonar as expectativas dos outros e focar naquilo que lhe fazia bem foi um dos primeiros passos que a atriz Sandra Bullock tomou após uma crise de burnout. “Estou muito cansada e completamente incapaz de tomar decisões saudáveis e sábias, e tenho consciência disso”, explicou na época em uma entrevista.

O que fazer quando a vida perde sentido? É importante observarmos o que é importante para si mesmo, não depositando o sentido de tudo em coisas externas. Trilhar um caminho que esteja em harmonia com os nossos sonhos e objetivos é um passo importante.

Você conhece as vertentes do movimento “slow”? (lento)

O Slow Movement é um movimento que propõe uma mudança cultural para a desaceleração da vida cotidiana. A ideia surgiu quando Carlo Petrini realizou um protesto contra a inauguração de um restaurante McDonald ‘s na Piazza di Spagna, em Roma, em 1986.

Slow Content

Como quem prepara um almoço de domingo, sabendo que não é sobre o horário que a comida estará na mesa e sim sobre sua felicidade em prepará-la e a oportunidade de oferecê-la às pessoas que se reúnem ao redor dela. Fazer slow content é fazer no seu tempo e apenas garantir que o que você produz esteja alinhado com o que você quer realmente ser e oferecer. Importa menos a velocidade e mais a direção.

Slow Travel

Há tantos países, lugares, cidades e povoados que, nem se tivéssemos outra vida teríamos tempo de conhecê-las em sua totalidade. E é pensando nesse ritmo frenético que tocamos nossas vidas – e também viagens – que surgiu o movimento slow travel, ou turismo sem pressa, um conceito que surgiu do Movimento Slow, criado para repensar a maneira como nos organizamos no dia a dia.

Slow Fashion

A moda faz parte da humanidade há milênios e vem se transformando até aqui com suas cores, estilos e tendências. Mas, em um mundo com tantas pessoas e com uma produção cada vez mais acelerada, o setor é considerado um dos mais poluentes e com menor possibilidade de reciclagem. Ainda assim, é possível que a moda e a sustentabilidade caminhem juntas? É o que o movimento slow fashion propõe.

Slow Medicine

De acordo com o Slow Medicine International, slow medicine é um movimento criado em 2011, em Turim, na Itália, por Giorgio Bert e Andrea Gardini. O movimento propõe três pilares para a prática médica: medicina medida, respeitosa e equitativa. Uma das propostas do movimento slow medicine é dedicar tempo ao paciente e desenvolver uma conexão com ele, evitando o uso indiscriminado de medicamentos e exames e privilegiando mudanças de hábitos.

Slow Living

O termo vem do inglês e pode ser traduzido como “vida lenta”. A ideia principal do slow living é conhecer o seu próprio tempo e aprender a administrá-lo segundo os seus princípios. Isto, sem necessariamente obedecer às pressões externas por decisões rápidas.

Desconecte-se, relaxe e revitalize-se!

Desacelerar não diz respeito, necessariamente, a ser devagar. É sentir o que se está fazendo, com convivência afetiva, atenção plena e consciência temporal. Faça uma pausa, tome um chá, aprecie o agora!

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